Situada na África Ocidental, a República do Gana é um país que apresenta uma das economias mais estáveis do continente africano, cujo crescimento econômico se fortaleceu ao longo dos últimos anos com base em uma sólida gestão, a qual favorece ações de redução dos níveis da pobreza e proporciona um ambiente de negócios competitivo.
Estimativas do Banco Mundial apontam que, em 2017, o produto interno bruto (PIB) do país foi equivalente a 47,3 bilhões de dólares, e a renda per capita anual de 1.600 dólares. O mercado de exportação foi responsável por gerar uma receita de 17,1 bilhões de dólares, e os principais parceiros de Gana foram a Índia, China, Suíça, África do Sul e Holanda. De acordo com dados do Índice de Complexidade Econômico (ICE), Gana representa a 70ª maior economia de exportação mundial.
Por outro lado, a taxa de importação correspondeu a 13,2 bilhões de dólares no mesmo ano, o que resultou em um saldo comercial positivo de 3,8 bilhões de dólares. Os principais grupos de produtos importados foram petróleo e seus derivados, embarcações, cereais, aparelhos transformadores e confecções. As origens de importações de maior destaque são referentes à China (participação de 18,6%), Estados Unidos (9,5%), Costa do Marfim (7,5%), Reino Unido (5,3%) e, em menor proporção, à Índia, Bélgica e Luxemburgo.
Gana é um país essencialmente agrícola, sendo a agricultura a atividade responsável por mais da metade do produto interno bruto nacional. O produto de maior relevância é o cacau. De fato, Gana é o 2º maior produtor de grãos de cacau do mundo, atrás apenas da Costa do Marfim, e o cultivo do fruto é responsável por 20-25% da receita de exportações. A produção anual atinge uma média de 840 mil toneladas, e o cacau pode ser exportado como fruto (partido ou inteiro), cacau bruto ou torrado, e pasta de cacau. Além de ter grande importância na economia do país, estima-se que a indústria do cacau seja responsável por gerar, direta e indiretamente, empregos a 800 mil famílias da região rural, e é uma das principais fontes de geração de infraestrutura socioeconômica de Gana.
Ainda em relação ao setor do agronegócio, Gana também tem produção significativa e crescente de abacaxi, caju, manga, banana, carité, inhame e atum. A pecuária é uma atividade de menor proporção, sendo mais predominante no norte e na região de Accra, capital do país, com destaque para o rebanho de caprinos e ovinos. Já a pesca, embora pouco desenvolvida, é capaz de abastecer a demanda do mercado interno.
Além da agricultura, a mineração também tem se destaca como uma das principais atividades econômicas do país. Dentre os minerais explorados, o ouro apresenta notório destaque, sendo extraído e processado principalmente por grandes capitais estrangeiros e também pelo pequeno capital nacional. Ao longo dos séculos XII e XVI, a exploração de ouro em Gana supriu as demandas de mercados localizados no norte da África, no Oriente Médio e na Europa. Durante o período colonial dominado pelo Reino Unido, a região foi denominada Costa do Ouro britânica, devido à grande quantidade de reservas de ouro encontradas. Ao longo de anos, os colonos europeus exportaram grandes quantidade do metal e de uma ampla variedade de recursos naturais diversos, como marfim, pimenta, cacau e diamante. Nessa época, os britânicos desenvolveram a rede de transporte de Gana, a qual constitui a base da infraestrutura de transporte do país até os dias de hoje.
Atualmente, o ouro é exportado em sua forma bruta, semimanufaturada ou em pó. Por ser um país rico em recursos minerais, além do ouro, a exploração de diamante, manganês e bauxita também tem relevante contribuição na receita do país.
O petróleo, por sua vez, é encontrado em menor quantidade. No entanto, tem sido um dos responsáveis pelo avanço econômico nacional, e há previsão de ampliação das receitas originárias do setor petrolífero a médio prazo após implantação de investimentos em infraestrutura anunciadas pelo governo ganense.
A geração de energia elétrica de Gana é, em sua maior parte, obtida através de centrais hidrelétricas. O Rio Volta, localizado no leste do país e cuja bacia hidrográfica equivale a 407 mil km2, é um dos maiores rios do continente. Em 1966, a barragem de Akosombo foi construída nas proximidades do Volta e hoje a região é a principal responsável pelo fornecimento de eletricidade de Gana, além de ser importante para o setor hoteleiro, turístico e de extração de minerais.
O setor de serviços tem também ampla participação no PIB nacional. O transporte aéreo é o principal serviço exportado por Gana, seguido pelos serviços de telecomunicações e transportes terrestres. A contribuição do setor financeiro na exportação equivale a 5%, e o governo ganense tem buscado medidas que estimulem o setor de turismo, principalmente para a região metropolitana de Accra, que apresenta bons indicadores de segurança, oportunidades econômicas e localização estratégica.
Após finalizado o período de colonização pela Grã-Bretanha e sofrer uma fase turbulenta de golpes militares e diferentes fases da democracia, desde 1993 o regime político ganense permanece estável, o que proporciona um ambiente favorável à economia. Os governos locais têm apresentado sólidas políticas macroeconômicas com o objetivo de controlar a inflação, estimular o desenvolvimento social e econômico e conter o déficit público. Por outro lado, embora a economia de Gana seja diversificada e estável, ainda são necessárias ações efetivas de combate a grandes problemas socioeconômicos, como a subnutrição e ausência de saneamento básico em determinadas regiões.
Por fim, ressalta-se que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia de Gana vem crescendo em ritmo acelerado. Em 2011, esteve no ranking dos 10 países que mais cresceram no mundo, revelando variação do PIB de 14,4%. Estima-se que a evolução econômica nacional permaneça positiva pelos próximos anos, atingindo uma média anual prevista de 7,5% de crescimento do PIB. Alguns fatores como estabilidade política, ampliação da produção de frutas e cereais, aumento da exploração de ouro e petróleo e investimento em infraestrutura nos diversos setores sejam os principais aliados na busca pelo crescimento econômico crescente de Gana.